quinta-feira, 13 de abril de 2017

CHUVA DE SANGUE



Vermes sobrevivem em meio à escuridão
Esperando mais um corpo para purificar dos pecados.
O acerto da bala perdida… a contundência do esfaqueamento
E todos desesperados em meio à multidão.

Busco respostas, mas só vejo perguntas e sepultamentos…
Almas que sofrem... dias de tragédia… noites de calvário...
Sentimentos doentios… mentiras fantasiosas...
Sentimentos alheios presos aos eternos sofrimentos…

Humanos vítimas da violência cotidiana e selvagem.
Almas escolhidas para o sacrifício do mais forte,
Passagem antecipada pelo materialismo viral,
Escolha do destino injusto e malévola viagem.

Nos jornais, várias mortes por dia.
As guerras armadas pela escabrosa força,
A fé é remoída no túmulo ao som de bombas nucleares;
A extrema-unção dos renegados estadia. 

As formas de se fugir já não são mais leais!
Este mundo é cão e apocalíptico!
Dos estupros, agressões e injeções ao calibre 762,
Domina-se no planeta formas de sentimentos letais.

Doentio mundo abominável!
No lugar da paz e fraternidade,
Surgem infortúnios e atrocidades!
Os seres de bem sofrem com essa realidade recriminável.

Campos de refugiados, guerras civis, bombardeios e mortes inocentes;
Tempos de conflitos armados, de opressão cultural e falta de vida.
Tempos de ódio, expiações, crianças sem rumo e mulheres agredidas.
O destino apocalíptico nos persegue a cada esquina delinquente.

Por nosso povo, piso nessas poças de infelicidade,
O pesadelo do qual não acordamos.
Pessoas ousam agir como os três macacos,
Mas estamos ilhados em plena prostração da humanidade.

Essa chuva de sangue segue machucando desesperançosos corações. 
Sua enchente remói em minha mente a passagem das tropas ardilosas.
A morte bate à porta do Planeta Terra, em tom de devastação.
Sigo meu rumo a dias melhores: sem conflitos, nem desilusões...


sábado, 18 de fevereiro de 2017

CAOS DE FOGO



Sua vista turva não faz enxergar o destino do castigo,
Neste mundo hostil, em que estamos à mercê do perigo.
Não apodreça num cemitério de ilusões mortais.
Não apareça na trilha das chacinas morais.

Dentro da alma, confusão e hemorragia moral.
Fora de casa, insanidade e perigo mortal.
Zumbis entregues às fumaças entorpecentes,
Virando porcos sanguinários e delinquentes.

A cada passo na cidade vejo um mergulho de solidão.
Um caminho ou um dilema?
Uma escolha ou um atordoamento?
O purgatório foi instalado na vida real deste mundo cão.

Protestos, tiros, bombas, guerra civil e óbitos.
Causa mortis: ação contundente, perfurante ou pérfuro cortante.
A cidade está sitiada, com blasfemos e corruptos insólitos.
O povo perece em meio ao clima de guerrilha degradante.

Resida em seus sentimentos a paz,
O orgulho voraz
A dor, a sensação e a redenção.
Acenda o caos de fogo em seu coração!

Renasça das cinzas!
Refaça seu destino!
Construa a paz!
Assine com seu sangue a luta pela vida


terça-feira, 22 de setembro de 2015

SEM RUMO...




Pelos corredores da cidade encaro o caos e a desordem.
Gangues fazendo a própria justiça perdida entre as autoridades.
Os arrastões formam um pecado rumo ao limbo e à solidão do paraíso.
Nada há de concreto para restabelecer a ordem.

A porrada come solta e o sangue escorre aos ventos,
Buscando a desordem e o inferno entre a população.
Enquanto uns discutem dólares jogados no lixo,
Outros sofrem com a politicagem inescrupulosa.

Ímpetos da injustiça esbarram no cidadão diariamente.
Vemos o abstracionismo varrendo a esperança,
Sem que haja piedade e misericórdia.
É um tiro na cabeça e suicídio exacerbado da cidadania!

A tristeza é feroz no rosto de quem sofre com o descaso:
Bolsas arrancadas e esperanças aniquiladas.
Insucesso do fracassado modelo de segurança,
Obsoleto e opressor da solidariedade.

Cidade sem rumo...
Capitalismo arrogante!
Socialismo asqueroso!
Cidade sem rumo...
Sangue exposto!
Violência explícita!

Sem rumo...
Sem desafio...
Sem rumo...
Sem dor...
Sem rumo...
Sem ordem...
Sem rumo...
Sem progresso... 
Sem rumo...
Sem cor...



terça-feira, 28 de abril de 2015

INSÔNIA




Passo as noites e madrugadas em claro,
Pensando no vazio que atesta minha realidade.
Vago fúnebre em meio aos espinhos das flores
E o céu se fecha furioso sobre minhas razões.

Preocupo-me com o futuro inconstante,
Posto que o presente em nada me anseia.
A chama vai se apagando vorazmente,
Só traz utopia e não faz uma reserva de conforto.

Meus nervos se apodrecem para a irreal evolução humana.
As pessoas são estranhas e confundem os sentimentos.
Prefiro tocar piano com a magnitude do meu coração
Do que se misturar à população ignorante e egoísta.

O medo me faz passar as noites em claro
Para que minha coragem permaneça forte contra o mau olhado.
O tempo corre contra a maré e as ondas tentam afogar a consciência
A Atlântida ressuscitará e a Babilônia se reerguerá.

Não falo de catástrofes, e sim de realidade.
Tudo que foi devastado pela falta de escrúpulos
Retornará para se vingar cruelmente, combatendo as bizarrices do sistema.
Só mudará o planeta aquele que terá o dom de repaginar a humanidade.

Eternamente acordado para <olhar para as quatro paredes do meu quarto, 
Mesmo no escuro, consumindo meu álcool 
E pensando em uma maneira de agir,
Remarei contra a maré…
Sou justiceiro...

quinta-feira, 5 de março de 2015

LEÕES, CORDEIROS E DESAPARECIDOS



Caminhando à noite, ao leste do velho Egito, deparei-me com uma macabra realidade: Sekhmet comandava leões que tramavam a morte como carniceiros famintos, usando humanos como cordeiros, objetos de um suposto sacrifício.

Buscava por pessoas desaparecidas, enquanto expectativas desapareciam. Neste luar sombrio e temeroso, encontrei almas distantes, buscando a miragem do oásis escondido, mesmo sem entender as armadilhas do destino.

Mas como lidar com esse testemunho insano, ainda mais ao soar da terceira hora da madrugada?

Paulatinamente, descobria o paradeiro de cada perdido no deserto, conquanto essas pessoas não demonstravam sinais de medo ou de cansaço. Foi quando, ao comparar cada foto doada às minhas buscas, que percebi algo inusitado e estranho, para não dizer assombrador: cada desaparecido representava uma geração diferente e suas aparências nada mudaram com o passar dos anos, parecendo imortais em busca do descanso eterno.

Ao interpelá-los, revelaram-me os sacrifícios cruéis dos leões, que necessitariam de cem almas para retornarem à forma humana e tramarem uma nova guerra, com o objetivo de buscar sangue e vingança. Tentei libertar essas almas do purgatório desértico onde presas se encontram, mas virei alvo dos leões indomáveis e sanguinários. Percorri alguns quilômetros fugindo de um prenúncio de morte precoce, mas o uso da fé tornou-se uma das ferramentas de combate a estas criaturas. O sobrenatural assustava, mas não temia a perda. Cansado de fugir, resolvi iniciar uma revolta espiritual.

Decidi recuperar as noventa e nove almas tomadas em um século antes que virasse a centésima vítima destes anjos caídos do Nilo. Exorcizando-as, sacrifiquei meu destino pela salvação da humanidade e busquei as vísceras de cada uma das pragas soltas no mundo real, açoitando os males do universo e reconquistando a paz outrora perdida.

Cada pagão retornou ao seu sarcófago, para que a praga sobre o Nilo não perdure. Pagarão seus crimes com a prisão perpétua e o isolamento tumular. Neste momento de transição para o mundo das incertezas, conscientizei-me de que posso ajudar a salvar almas perdidas mesmo após a morte.

sábado, 28 de fevereiro de 2015

ESPELHOS



Rodeado por espelhos em labirintos sombrios
Tigres ferozes e apátridas delinquentes
Remeto-me aos tempos pretéritos da vida branda
Recordo dos tantos mares revoltos que se acalmavam
Com as coisas simples da vida que o humano valorizava.
Cada reflexo transparecia caminhos que se cruzavam,
Mas a mora não purgada com a conquista da paz.

A ganância invade o território e as ruas são aterrorizadas.
O hemisfério social moderno é a agulha no palheiro
Repleta de vícios, com invejas misturadas a parábolas de ódio.
Mortificados pelo futuro imperiosamente tecnológico
As garras são postas de fora na busca pela redenção.

A humildade é jogada de lado e a felicidade custa caro,
Basta vermos infligidos pelo caos clamando por dignidade.
A desordem é a última gota do malévolo pecado.
Cada espelho é um portal para o destino,
Mas neste labirinto submerso no mar de desafios,
Em quem podemos não ser o monstro do conto?
Naquele que oferece ajuda e imaginamos um hiato?
Ou naquele que mostra a força de uma águia na atitude de um abutre?

Dentre espelhos e portais, somente um caminho podemos seguir.
Siga seus passos desconfiando de sua sombra,
Sem que a morte lhe caia como meio de conformismo.
Afaste os bastardos de seu convívio e arregace as mangas:
Vamos à luta pela ordem mundial!